13 de mar. de 2019

Um pouco da minha história

Meu nome é Cecilia Lotufo, sou mãe de dois filhos lindos e vivo feliz com eles e o meu marido. Durante muito tempo fui uma pessoa tímida e observadora. Aos 17 anos entrei de cabeça no movimento estudantil quando fui a primeira a pintar a cara contra o então presidente Collor e acabei virando um ícone do movimento dos caras pintadas.


Tive uma formação sólida em casa e isso me ajudou a encarar a responsabilidade de ser uma porta voz. No início foi difícil mas aos poucos fui me abrindo e me descobrindo. Uma das coisas que aprendi foi de que a vida coletiva é a minha opção. Acredito nas pessoas e na possibilidade de transformação a partir da união e do reconhecimento mútuo. Aos 20 anos resolvi arrendar uma pousada em Caraíva (no sul da Bahia). Na época lá não tinha luz elétrica e nem água encanada. Aprendi na prática o que é viver em conexão com a natureza e também o que significa ter um negócio sustentável. Depois dessa experiência, ainda morei durante um tempo na Ilha de Malta e depois na Itália. Conheci culturas distintas e, além de aprender a me virar em um mundo desconhecido, ainda tive a oportunidade de resgatar as minhas origens familiares. 

Sou formada em administração de empresas e na faculdade me sentia um peixe fora d'Água. Nunca quis trabalhar em bancos ou empresas de grande porte embora tenha trabalhando por um bom tempo com TV por assinatura. Essa experiência me despertou a pensar a vida de outra forma, não queria ser mais uma no mercado. Resolvi então usar o meu conhecimento para ensinar técnicas do não consumo e do consumo responsável. Fundei uma ONG nesta área e trabalhei ministrando cursos e oficinas para professores de escola pública. Quando tive meus filhos, descobri um mundo de excessos que me incomodou muito. A quantidade de presentes, de lixo decorrente de um brinquedo feito para durar apenas 1 dia, as embalagens ou mesmo o excesso de estímulo desnecessário me fez repensar como gostaria de criar as crianças. Nesse contexto, minha filha que iria fazer 4 anos, me pediu que comemorasse o aniversário dela em uma praça perto da minha casa. Lá tinha um parquinho que ela gostava muito só que estava bem degradado. Aproveitei a oportunidade para oferecer a ela uma proposta de abrir mão dos presentes em nome da reforma do parquinho. Ela topou e eu lancei a ideia para vizinhos, amigos e familiares.

 A aceitação foi grande e a participação também. A praça recebeu muitas doações, o parquinho ficou lindo. Mas a felicidade durou pouco e algum tempo depois já era visível novamente a degradação do espaço. Entendi que não bastava um evento pontual e que precisávamos criar algo permanente de uso e manutenção da praça. Fui buscar novamente os vizinhos e amigos e decidimos que faríamos um piquenique comunitário por mês. Dessa coletividade nasceu um movimento de ocupação de melhoria do espaço público chamado Movimento Boa Praça. Através desse movimento tive a oportunidade de conhecer muita gente bacana que morava do meu lado e eu nunca tinha visto antes. Meus filhos também puderam conviver em sociedade e aprender desde cedo o que é cidadania. 

Nesse processo também acabei me candidatando a dois conselhos na subprefeitura, o CADES e o CPM. Virei uma interlocutora das questões locais. Todo esse trabalho me demandou bastante dedicação, entretanto, era tudo voluntário e eu precisava pagar minhas contas. Foi aí que decidi abrir a Dona Rosa Pizzaria. Meu pai tem já há quase 30 anos a Oficina de Pizzas, além disso, pizza é o cardápio principal da minha familia e não sobra ninguém que não saiba colocar a mão na massa. Encontrei uma casa a venda próxima de onde eu morava e adaptei o espaço para a pizzaria. A senhora que nos vendeu a casa era muito simpática e conhecida na região. Enquanto comunicava os vizinhos sobre a nova pizzaria que estava por vir, muitos me falavam - sei bem onde é, na casa da Dona Rosa! - Percebi então que a pizzaria já tinha nome. No nosso primeiro ano de vida, mesmo eu tendo nascido no bairro e conhecendo tanta gente do entorno, não tivemos um bom resultado. No final do ano quase teríamos fechado as portas não fosse a ajuda financeira do meu cunhado. Entendi que o que faltava era o hábito dos moradores locais de buscarem alternativas no próprio bairro. Acabei me juntando aos outros pequenos comerciantes da região e fizemos juntos um mapa ilustrado. Nesse mapa resgatamos o nome antigo do bairro que não era mais usado pelos novos: Vila Jataí. Na oportunidade de lançamento do mapa, aproveitamos a onda de discussão do plano diretor estratégico e fizemos a proposta de criação do nosso plano de bairro. Isso ia de encontro também com a necessidade de ocupação das praças que são espaços de encontro comunitário e que só desempenham sua função, caso exista uma comunidade que queria se encontrar. A partir daí a realidade da pizzaria mudou, comecei a proporcionar encontros comunitários no espaço e a fomentar a discussão e a construção desse projeto. Hoje temos Já muito disso encaminhado. 

Nossa ação já se ampliou para os bairros vizinhos: Vila Ida e e Vila Beatriz e já nomeamos o nosso território de Ecobairro. Descobrimos muitas nascentes na região, também antigos rios já sobrepostos pela cidade que cresceu, fizemos festa junina, caminhadas de reconhecimento das potências do território, mapeamos áreas vulneráveis, locais com falta de transporte ou iluminação e muitas outras coisas, escrevemos um projeto que encaminhamos para a secretaria de desenvolvimento urbano. Conseguimos algumas conquistas, como frear a construção de grandes prédios na localidade ou mesmo uma nova lei de gestão participativa de praças. Enquanto isso vou também tocando a pizzaria, recebo meus clientes com amor e faço a minha pizza da forma mais artesanal possível. Vivo dificuldades por ser pequena comerciante, mas estamos sobrevivendo e podendo fazer história. Fica aqui o convite para que nos conheçam. Também ministro curso de pizza para grupos de 6 a 10 pessoas. Tenho um forninho a lenha portátil para eventos e ainda um espaço gourmet dentro da pizzaria para aqueles que querem convidar os amigos para uma pizzada. 

26 de dez. de 2014

Cecilia Lotufo e Prêmio Cidadão São Paulo

Olá pessoal!
 
Passei para a segunda etapa do Prêmio Cidadão São Paulo!!!
 
Se puderem ajudar votando, segue o link abaixo:
 
 
Bjs e feliz ano novo!!!
 
 
Um pouco mais sobre o que eu tenho feito:

Meu nome é Cecilia Lotufo, sou casada, tenho 39 anos de idade e dois filhos. Sou fundadora do Movimento Boa Praça (Revitalização das Praças) e do Instituto Kairós (Consumo Responsável) . Sou também Conselheira eleita do CADES (Conselho do Meio Ambiente, Desenvolvimento Sustentável e Cultura de Paz) e do Conselho Participativo Municipal, ambos da Subprefeitura de Pinheiros.
O meu foco é o resgate dos espaços de convivência, da diversidade e do debate local para que, a partir das diferenças e da conexão com o outro, consolidemos um processo de construção coletiva de uma nova ideia de cidade. Nesse sentido, a minha prioridade é a ação local que surge a partir de um diagnóstico colaborativo. (levantando temas como distribuição de renda; desigualdades de acesso, produção e circulação de conhecimentos; acesso aos direitos fundamentais; participação política, saúde, educação, entre outros).
Hoje, desenvolvo este projeto dentro da Vila Jataí, que é o bairro onde eu moro e também onde fica a minha pizzaria. Neste link temos o resultado do trabalho coletivo que fizemos como proposta para a Lei de Ocupação e Uso do Solo e que encaminhamos para a Secretaria de Planejamento Urbano agora em dezembro:
Projeto Vila Jataí:
Neste outro link temos o projeto que desenvolvemos para uma casinha que estava abandonada dentro de uma praça da Vila Jataí:
Projeto casinha:

As praças hoje estão sob a gestão das subprefeituras, entretanto, devido a falta de verba e as faltas de comprometimento do poder público e da sociedade civil estão, na maioria, mal cuidadas e degradadas. Através do Movimento Boa Praça, escrevemos um PL que dispõe sobre Gestão Participativa de Praças pois acreditamos que esta possa ser uma boa solução para a gestão destes espaços:
PL Praças:
Segue também o link para o site do Movimento Boa Praça:
O Conselho Participativo Municipal é um organismo autônomo da sociedade civil, reconhecido pelo Poder Público Municipal como espaço consultivo e de representação da sociedade nas 32 subprefeituras da cidade. Sua função é exercer o controle social, assegurando a participação da sociedade, no planejamento e fiscalização das ações e gastos públicos nas regiões, como também sugerindo ações e políticas públicas nos territórios. Ele é formado exclusivamente por representantes da sociedade civil eleitos pelos moradores de cada distrito da cidade de São Paulo. O número de conselheiros varia de acordo com a distribuição da população das subprefeituras e seus distritos.
Segue Blog do Conselho Participativo Municipal de Pinheiros onde sou conselheira:
O CADES, Conselho de Meio Ambiente, Desenvolvimento Sustentável e Cultura de Paz de Pinheiros – é um órgão de natureza participativa e consultiva que tem o importante papel de propor e colaborar com a formulação de políticas públicas relacionadas à proteção ambiental, à implantação de programas que fomentem a cultura de paz e à implementação da Agenda 21 Local, sempre promovendo e incentivando a participação social.  O objetivo desse conselho é engajar a população, através de seus representantes, na discussão e formulação de propostas socioambientais junto às subprefeituras. Constituído de forma bipartite, seus componentes são 50% eleitos pela sociedade civil e 50% por representantes do poder público. O mandato dos conselheiros é de dois anos, cabendo duas reconduções, por igual período.
Segue Blog do CADES onde também sou conselheira:
Importante falar que o trabalho dos conselheiros em ambos os conselhos não é remunerado e é considerado serviço público relevante.

Outros links relevantes:
Link para a página da Vila Jataí no facebook:

Link para a página da casinha no facebook:

Link para página do Movimento Boa Praça no facebook:

Link para Ning do Boa Praça:

Bom, tentei fazer um resumão de tudo! Qualquer outra informação ou dúvida que ficar é só falar!!

28 de ago. de 2014

Fui escolhida pelo Conselho Curador da Virada Sustentável para o Prêmio Virada Sustentável 2014!!

Muito feliz em saber que estou no caminho certo. Não tenho vínculo partidário, não ganho dinheiro com isso. Faço porque amo fazer e porque acredito em um mundo melhor.

Matéria sobre o prêmio no site da Virada Sustentável no link abaixo:
Prêmio Virada Sustentável Anuncia Vencedores




8 de ago. de 2014

Estou na final do prêmio da Virada Sustentável!

Olá a todos
Fiquei entre os 10 finalistas do prêmio da Virada Sustentável!! Se puderem, me ajudem votando até o dia 11 nesse link:

Bj!!

13 de nov. de 2013

A História de uma Praça 

Linda e repleta de quaresmeiras floridas, a Praça Amadeu Decome situa-se em um dos pontos mais altos da cidade de São Paulo, entre a Rua Sepetiba e a Cerro Corá. É conhecida também como o Mirante da Lapa, pois sua vista é uma das mais bonitas da região. Nesta praça há uma nascente de água cristalina e um rio que ali nasce...

Esta poderia ser a única realidade da Amadeu Decome não fossem alguns detalhes: os postes de luz estão acima da copa das árvores, o que a torna escura à noite. A limpeza é feita pela subprefeitura (Lapa), apenas em seu entorno, e a parte central acaba ficando tomada de tanto lixo. Não existe lata de lixo, a topografia é de difícil acesso, sem manutenção. O lugar que marca a nascente parece mais uma lata de lixo, mal dá para imaginar que um dia tivemos ali, o Rio Tiburtino.

Há cinco anos, nós moradores do bairro, desenvolvemos na vizinhança, um projeto de revitalização desta praça – O Movimento Boa Praça. Com a colaboração de todos, buscamos conviver, experimentar a praça e pensar a cidade. A nossa atuação está em várias frentes, como os já tradicionais piqueniques que acontecem a cada último domingo de mês e que tem como lema deixar a praça sempre melhor do que quando a encontramos, e outras, como refletindo sobre leis, dialogando com políticos, administradores públicos e sociedade ou desenvolvendo pesquisas e mapeamentos no entorno.

Este ano, participamos da X Bienal de Arquitetura, que trouxe o tema “Cidade: Modos de Fazer, Modos de usar”. Com a meta de dar continuidade ao sonho de reconstrução coletiva de uma nova Amadeu Decome, convidamos o arquiteto Tomaz Lotufo (meu irmão), para desenvolver um workshop com o tema "Design de Interesse Publico", a metodologia de trabalho que opera com o princípio do fazer COM e não o fazer PARA - ou seja, a comunidade como centro do projeto.

Após o workshop com Tomaz, realizamos, neste último domingo, 27/10/2013, um dia de reconhecimento da praça Amadeu Decome. Além dos arquitetos, convidamos a comunidade do entorno, interessados em geral e a subprefeitura. Conversamos sobre possibilidades e ideias que surgiram no workshop, apresentamos dados e olhamos cuidadosamente a praça para pensarmos, juntos, em equipamentos que poderiam abastecê-la de vida. O Subprefeito da Lapa, Ricardo Pradas, colocou-se a disposição para nos ajudar nesse processo. Por fim, formamos um grupo de trabalho que dará continuidade ao projeto.

Está na hora de pensarmos, não só o que é, mas como poderia ser esta praça. A ideia é estender nosso imaginário em relação ao que é possível fazer em uma praça, dando vida a este espaço que nos pertence: um café para o fim de tarde? padaria artesanal? mirante, feira livre, espaço de reuniões? jardins ecológicos que absorvem a água da chuva, produzem alimentos e são rodeados por pomares?

Com estas possibilidades em mente, deixo aqui um convite: que tal participar com a gente deste processo de transformação?

Vejam Reportagem do Jornal da Gente - Lapa




22 de jul. de 2013

Reinventar a cidade

Cidades são espaços cada vez mais segmentados. As pessoas vivem em nichos, concentram-se em grupos que “falam a mesma língua” e gostam de conviver com o parecido. O contato com o diferente é raro e, por vezes, evitado.
Os diversos Condomínios espalhados pela cidade estimulam ainda mais esta forma de viver. Condôminos pagam caro por áreas de lazer restritas para garantir a “boa frequência e evitar encontros desagradáveis”. Quem opta por viver num condomínio busca segurança – de fato, uma necessidade -, mas será que estas pessoas estão realmente seguras dentro destes núcleos fechados?
Não acredito que estejam. Frequentes arrastões em edifícios de alto padrão e assassinatos por pequenos motivos – como recentemente, por barulho – comprovam que a segurança dentro de um condomínio de luxo é ilusória.
Segurança só vai existir, quando entendermos que o sentido e a direção a se seguir é oposta à que caminhamos. O viver comunitário, aparentemente ultrapassado, faz-se necessário. Não é possível que as relações com os vizinhos sejam restritas às frequentes brigas de condomínio. Precisamos reinventar o viver na cidade. O viver múltiplo, o viver que faz do outro, um companheiro e não uma ameaça.
Há quase cinco anos, desenvolvemos, na vizinhança do bairro onde moro, um movimento de revitalização das praças do meu entorno: o Movimento Boa Praça. Nossa proposta é resgatar as praças e, também, os “boas praças” da cidade.
O Movimento Boa Praça atua com eventos comunitários na praça - os já tradicionais piqueniques que acontecem todos os últimos domingos do mês - que têm dois lemas: o primeiro é que a praça, após o piquenique, tem que estar melhor do que antes dele; e o segundo é que cada indivíduo que chega é fundamental e deve ser acolhido.
O alvo dos piqueniques são os vizinhos. Pedimos que cada um leve um prato de comida, uma bebida e uma caneca para, assim, cada um colaborando com um pouco, podermos conviver, experimentar a praça e pensar a cidade. O objetivo é confraternizar. O som que se houve é o da alegria de crianças brincando ou amigos e vizinhos colocando o papo em dia.
Por meio do Movimento já me conectei com vários “boas praças”, pessoas com a vida bem diferente da minha, com histórias e culturas tão diferentes que, se não fossemos vizinhos e vivêssemos no entorno da mesma praça, talvez nunca tivéssemos nos encontrado. É um presente perceber como existe gente bacana no mundo... e, melhor, morando bem perto de mim!
Conviver com a diferença propicia aprendizado; temos a oportunidade de quebrar paradigmas por meio de uma nova forma de ver o mundo. Mas para isso acontecer, é preciso estar aberto ao novo. Vale lembrar que a praça está na origem da  cidade e serviu como base de sustentação da vida comunitária - por exercerem papel de ambiente de confraternização ou mesmo, de debate entre os povos. Praças são lugares que têm como fundamento, o contato humano.

Com estas ideias em mente, deixo aqui um convite. Que tal vivermos uma vida diferente, mais aberta e mais humana? Queremos segurança não queremos? Então, vamos começar construindo menos muros e mais pontes, menos prédios e mais praças, menos solidão e mais conexão. É possível, basta querermos de verdade.

Artigo publicado no encarte de Meio Ambiente da Revista Brasileiros - Junho/2013


25 de abr. de 2012

Eu abri uma pizzaria!!!

INAUGURAÇÃO DA PRAÇA!

Chegou a vez da INAUGURAÇÃO!!! Depois de uma longa jornada com varias idas e vindas, negociações com a prefeitura, decisões coletivas com a comunidade, participação e apoios diversos, enfim, vamos inaugurar a praça! No dia ainda plantaremos mais algumas mudas e pintaremos o banco! Compartilhem com os amigos! apareçam!!!

23 de set. de 2011

27º PicNic Comunitário do Movimento Boa Praça!!!


Às 10h, haverá uma feira de trocas de livros e brinquedos, às 11h, brincadeiras de rua e às 12h, um mutirão para pintura e revitalização da Praça!
Aproveitem para limpar as prateleiras abarrotadas de brinquedos e fortaler nas crianças que o mais importante é brincar e não consumir! A idéia da feira de trocas é que as crianças troquem alguns brinquedos e outros deixem para doação.

O Instituto Alana é que promoverá essa atividade de trocas através do projeto Criança e Consumo. Já as brincadeiras de rua serão promovidas pelo Programa Movimento, que gravará durante o PicNic um programa para a TV Senac.